Primeiro Setênio (1990/1997)
O Primeiro Setênio do Jardim Manacá teve início na cidade de São Paulo, em 1990, em uma casa pequena e
aconchegante, na Rua Diogo de Quadros. Neste primeiro ano de vida, foram acolhidas, ao todo, 44 crianças. Foi um período marcado
pelo amadurecimento físico e a vontade de proteger as crianças, um momento de muito apoio espiritual, que definiu
o rumo do desenvolvimento. As dificuldades permitiram o surgimento de uma comunidade orientada pela Antroposofia e motivada
por levar o bem-estar para as crianças envolvidas.
Segundo Setênio (1997/2004)
A escola deixa de ser Jardim Manacá e passa a se chamar ESCOLA LIVRE MANACÁ. A instituição ganha ritmo
para manter suas crianças mais tempo dentro da Pedagogia Waldorf. E suas ideias começam a ser identificadas pela comunidade
com apreço e esperança de continuidade.
Terceiro Setênio (2004/2009)
Nasce a Associação Ânima que assume a responsabilidade do papel de mantenedora da Escola Manacá. Com metade do seu
Terceiro Setênio completo, a escola aprende com as crianças que a liberdade do pensar, quando se volta para o outro,
traz muita alegria e transformações que parecem impossíveis de se tornar realidade. Mas que acabam por acontecer.
Com a palavra, a pioneira: Vovó Dulce
Nada se transforma fora, se não houver uma grande transformação interior. Para que eu chegasse à pedagogia Waldorf
foi preciso percorrer um caminho de muita transformação individual. Um esforço necessário para impulsionar uma vocação natural:
a de oferecer proteção e zelar pelo bem-estar das crianças. Na infância, fui a neta mais velha de 28 crianças que ajudei a cuidar.
Tive uma infância muito séria e de muita responsabilidade.
Meu primeiro contato com pedagogia foi trabalhando na escola de minha mãe, cujo mobiliário se assemelhava
com o das escolas Waldorf, mas cuja pedagogia muito se diferenciava. Não tive interesse em assumir a escola
e percorri um caminho distinto.
Foi só muitos anos depois, num momento de apreensão com minha saúde, que conheci a Antroposofia,
mais precisamente a medicina Antroposófica, e logo descobri que crianças que são educadas numa escola Waldorf estão protegidas
de inúmeras doenças na fase adulta. Esta questão despertou em mim um grande interesse pelo assunto.
"Tudo que é muito fácil não tem o poder da transformação duradoura."
Conheci a Escola Rudolf Steiner, onde logo depois minha segunda filha, Vera, foi estudar, enquanto a primeira
foi para o Colégio Santo Américo. Vera criou um gosto pela escola e pelos estudos que fez com que eu me interessasse pela
pedagogia Waldorf e decidi cursar o Seminário para Formação de Professores Waldorf. Quando concluí, aos 40 anos,
estava grávida de minha terceira filha, Renata.
Três anos mais tarde, eu e ela fomos para o Jardim Margarida: ela como aluna e eu como professora Waldorf. Inicialmente,
pensei em trabalhar em bairros mais pobres, de maior precariedade e vulnerabilidade social, porém percebi que existem
crianças carentes em todas as classes sociais. O destino acabou abrindo caminhos, até que um dia, juntamente
com Célia Brum (a Celinha), resolvi começar um Jardim, o Jardim Manacá. Foi assim que tudo começou.